Tema de redação/ modelo Enem: Caminhos para conter a nomofobia no Brasil do século 21

Texto I

https://www.otempo.com.br/polopoly_fs/1.1858343.1534210355!httpImage/image.JPG

Texto II

Cada vez mais as pessoas não conseguem desgrudar do smartphone e esse hábito pode trazer consequências físicas e psicológicas. Desde a metade dos anos 1990, o uso de aparelhos eletrônicos tem aumentado. Segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT) já são mais de 7 bilhões de aparelhos celulares em uso no mundo, sendo esta a maneira mais usada para acessar a internet. (…) O termo “nomofobia” (do inglês, uma abreviação de “no-mobile-phone phobia”) foi criado no Reino Unido para descrever o pavor de estar sem o telefone celular disponível. Na realidade, este neologismo atualmente tem sido muito utilizado para descrever a dependência (também conhecida como uso problemático ou compulsão) do telefone móvel.

http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/nomofobia-a-dependencia-do-telefone-celular-este-e-o-seu-caso/, com modificações

Texto III

As novas tecnologias nos trouxeram novas dependências (neste caso, o vício em celular) ou medos irracionais (perdê-lo ou sair sem ele) – é isso o que se convencionou chamar “Nomofobia” (…), dependência psicopatológica que vai além de uma fobia simples, e, assim, os remédios, tais como ansiolíticos, podem não ser eficazes. Baixa autoestima e dificuldades nos relacionamentos sociais são fatores de risco que podem causar a nomofobia. O vício no sistema de recompensa de redes sociais – como os likes de facebook, retuítes, views em vídeo de youtube, e ‘corações’ no Instagram – também pode ser um fator que contribui na dependência, pois é uma forma de obter pequenos prazeres psicológicos de forma fácil e rápida.

http://psicoativo.com/2015/12/nomofobia-sintomas-causas-e-tratamento.html, com modificações

Texto IV

“Seja qual for o país, capitalista ou socialista, o homem foi em todo o lado arrasado pela tecnologia, alienado do seu próprio trabalho, feito prisioneiro, forçado a um estado de estupidez.”

Simone de Beauvoir

Texto V

Os telefones celulares não criam a multidão, embora, sem dúvida, ajudem a mantê-la como é – uma multidão. Essa, por sua vez, esperava por Nokias e Ericssons e Motorolas ávidos por servi-la. Se não houvesse multidão, qual seria a utilidade dos celulares? Aos que se mantêm à parte, os celulares permitem permanecer em contato. Aos que permanecem em contato, os celulares permitem manter-se à parte…

BAUMAN, Sigmunt. Amor Líquido: Sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zalvar, 2004.

PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “Caminhos para conter a nomofobia no Brasil do século 21”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Tema de redação/ modelo Enem : A importância da vacinação no Brasil.

Texto I

Texto II

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu aval em 17/12/2020 para que os governos locais possam estabelecer medidas para vacinação compulsória da população contra a Covid-19. Conforme o entendimento, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios podem estabelecer medidas legais pela obrigatoriedade, mas não podem determinar a vacinação forçada. (…) Com a decisão, nenhuma lei poderá prever que o cidadão seja levado à força para tomar a vacina, mas a eventual norma poderá prever a restrição de direitos pela falta de comprovação da vacinação, como deixar de receber um benefício, ser proibido de entrar em algum lugar ou ser impedido de realizar matricula escolar na rede pública de ensino.

https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2020-12/stf-decide-que-vacinacao-contra-covid-19-podera-ser-obrigatoria

Texto III

Qual a importância da vacina?

As vacinas são essenciais para blindar o organismo contra doenças que ameaçam a saúde, em todas as idades. Doenças altamente contagiosas e bastante comuns no passado – como a Difteria, o Tétano, a Paralisia Infantil, o Sarampo, a Caxumba e a Rubéola – praticamente já não existem mais no Brasil. Isso se justifica graças ao alto índice de vacinação no país, são mais de 90% das crianças já vacinadas. Mas, atualmente, esses índices estão caindo em virtude dos movimentos antivacinas. Esses movimentos têm ganhado força devido à autonomia adquirida pela população para a prática não científica da medicina, baseada em fatos não comprovados, via redes sociais ou sites leigos. Os movimentos antivacinas vêm ocasionando a desconstrução progressiva da autoridade médica e têm contribuindo bastante para os extremos de negação das evidências científicas.

http://hermespardini.com.br/blog/?p=237

 

Texto IV

“Por lei, a vacinação [também] pode ser obrigatória, considerando essa previsão constitucional. O que acontece muitas vezes é que o direito de todas as pessoas à saúde pode colidir com outros direitos. Especialmente nesse caso, um dos argumentos que tem se levantado é a liberdade individual, da pessoa não querer se vacinar”, afirma Roberto Dias, professos de Direito Constitucional da FGV-SP e doutor em Direito pela PUC-SP. “Temos dois direitos fundamentais que estão previstos na constituição e que são contrapostos nesse caso específico. A constituição não dá, inicialmente, em abstrato, nenhuma prevalência de um sobre o outro, mas no caso concreto a gente deve analisar qual deve prevalecer”, explica o professor. “De um lado, nós temos a proteção da saúde pública, e do outro, um eventual direito individual de pessoas que querem se negar a isso. Na balança, me parece que o direito à saúde pública e a obrigação a se vacinar devem prevalecer frente a supostas liberdades individuais”, completa.

https://canaltech.com.br/saude/vacinacao-obrigatoria-veja-como-a-lei-brasileira-entende-a-questao-da-covid-19-171401/, com ajustes

Texto V

Não vacinar crianças é ilegal, afirmam advogados

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069/90 (…), e ainda outros dispositivos garantem o direito das crianças à saúde e tornam obrigatória a vacinação. Isso faz da decisão de não vacinar uma prática ilegal, e expõe uma contradição entre o direito das famílias ou individual dos pais de decidirem sobre a vida das crianças, por um lado; e a figura destas, como sujeitos de direitos, por outro. (…)

https://sbim.org.br/noticias/782-nao-vacinar-criancas-e-ilegal-afirmam-advogados

PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “A questão em torno da obrigatoriedade da vacinação no Brasil”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Aprendendo gerúndio em inglês.

Gerund é diferente de present participle

Apesar das palavras no gerund terminarem em –ing, elas não têm a função de um verbo, mas sim de substantivo. Na verdade, quando uma ação está sendo praticada, você deve usar o present participle. Ele está nas situações de present continuous, past continuous future continuous. Veja alguns exemplos:

I am working right now. – Eu estou trabalhando neste momento.

They were playing the guitar. – Eles estavam tocando violão.

Lucy is teaching English for kids. – Lucy está ensinando inglês para crianças.

Paul is walking the dog. – Paul está andando com seu cachorro.

Lana will be wearing her new dress tonight. – A Lana estará usando seu vestido novo hoje à noite.

O que é o gerund no inglês

O jeito de escrever é exatamente o mesmo do present participle, mas sua função na frase é diferente! Veja exemplos de como ele transforma um verbo em substantivo:

Basketball requires jumping. – Jogar basquete exige pular.

Driving is my favorite activity. – Dirigir é minha atividade preferida.

Being happy is my target. – Ser feliz é meu objetivo.

Como usar o gerund

Como já foi dito, ele não é usado da mesma maneira que o gerúndio no português. Fique atento aos usos mais comuns em inglês:

Após preposições

I am not used to eating fast food. – Eu não estou acostumado a comer fast-food.

She is looking forward to traveling on the weekend. – Ela está ansiosa para viajar no final de semana.

Let’s talk about having a party on Friday! – Vamos conversar sobre fazermos uma festa na sexta-feira!

Após alguns verbos

Os verbos mais comuns que são seguidos de verb + ing são: love, hate, dislike, continue, avoid, appreciate, try, quit, enjoy, finish, etc. Exemplos:

They are good at running. – Eles são bons na corrida.

I love hanging out with my friends. – Eu amo sair com os meus amigos.

I hate waking up early. – Eu odeio acordar cedo.

She dislikes wearing large clothes. – Ela não gosta de usar roupas grandes.

Please, continue talking. – Por favor, continue falando.

To avoid risking your life, wear a life jacket. – Para evitar arriscar sua vida, use um colete salva vidas.

My grandparents appreciate cooking on Sundays. – Meus avós gostam de cozinhar aos domingos.

John should try being quiet during class. – John deveria tentar ficar quieto durante as aulas.

Why don’t you quit smoking? – Por que você não para de fumar?

Kids enjoy learning English. – Crianças gostam de aprender inglês.

After finish eating, wash your dishes. – Quando terminar de comer, lave suas louças.

Dicas finais

Você não precisa decorar todos os verbos que exigem o –ing no final das palavras, mas a prática vai levar ao costume! Sempre esteja disposto a conhecer novos verbos, e lembre-se de que as pequenas regras fazem uma grande diferença.

Atividade trovadorismo II

TEXTO I

Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
‘To me sentindo muito sozinho
Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho, às vezes, cai bem
Eu tenho os meus segredos e planos
Secretos, só abro pra você, mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?
Quando a gente gosta é claro que a gente cuida
Fala que me ama só que é da boca pra fora
Ou você me engana ou não está madura
Onde está você agora?

TEXTO II

– Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo?
Ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs conmigo?
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado?
Ai Deus, e u é?

– Vós me preguntades polo voss’amigo
e eu bem vos digo que é san’e vivo.
Ai Deus, e u é?

– Vós me preguntades polo voss’amado
e eu bem vos digo que é viv’e sano.
Ai Deus, e u é?

– E eu bem vos digo que é san’e vivo
20 e será vosco ant’o prazo saído.
Ai Deus, e u é?

– E eu bem vos digo que é viv’e sano
e será vosc[o] ant’o prazo passado.
Ai Deus, e u é?
Ai e será vosco ant’o prazo saído.

 Ai Deus, e u é?  – E eu bem vos digo que é viv’e sanoe será vosc[o] ant’o prazo passado.       Ai Deus, e u é?

O TEXTO I é a transcrição da letra Sozinho, de Peninha ,compositor de músicas popular brasileira.

O TEXTO II é uma cantiga medieval, de autoria do rei-trovador português D. Dinis

Mais de 600 anos separam as duas composições; no entanto, o tema delas é essencialmente o mesmo. As mesmas características líricas de manifestação do “eu” vistasna música contemporânea Sozinho podem ser encontradas nas primeiras cantigas que dão início à literatura em Portugal.

A)Qual é a base do questionamento do “eu” nas duas canções?

B) Na música de Peninha, um “eu” sozinho conjetura sobre o futuro de seu

relacionamentoamoroso. É possível afirmar quesetratade um“eu” masculino. Na cantiga

de D. Dinis, o “eu” feminino e também apresenta um quadro de sua relação.

Como são os relacionamentos amorosos evidenciados nessas canções?

Intertextualidade: Legião urbana e Luis Vaz de Camões

É muito comum encontrarmos, na arte atual, a presença de manifestações artísticas de outros tempos. Podemos citar entre elas, os contos de fadas, muito presente nos filmes atuais, como no filme “Shrek”, por exemplo. A esse fenômeno de fazer citações de textos anteriores chamamos de intertextualidade. Na música não seria diferente. Na canção da banda Legião urbana, Monte castelo, podemos observar a presença de dois textos, o soneto de Luiz Vaz de Camões e a bíblia. Cabe ressaltar que as relações de intertextualidade só se dá a medida que o interlocutor ( você que lê) amplia a bagagem cultural por meio de leituras diversas. Pois somente assim essas conexões entre as vozes de um dado discursos se revelam. Por essa razão, cabe frisar, que um leitor desatento, não muito preparado, não estaria apto a identificar as intenções do discurso de Renato Russo na música. Haja vista que a leitura, concebida nessas condições, se torna superficial e insuficiente.

Monte Castelo

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
?Sem amor eu nada seria.

Conto brasileiro: Felicidade Clandestina- Clarice Lispector.

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser. ”Entendem? Valia mais do que me dar o livro: pelo tempo que eu quisesse ” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Mask fishing no tik tok , trend e novas dinâmicas da sociedade.

Novas palavras, abreviações, frases e acrônimos aparecem todos os dias no tik tok. Para quem não acompanha o app é quase impossível de entender tudo isso e conseguir interagir por lá.

O novo termo que surgiu durante a pandemia é “maskfishing”. Vivemos em um momento pandêmico em que as pessoas são vistas com máscaras o tempo todo para se protegerem do Covid-19, porém com o fim da obrigatoriedade desse item de proteção, os rostos tem se revelado e isso gerou novas palavras para o jovem externalizar seu receio em mostrar suas faces. A máscara, além de proteger contra o vírus, escondeu as inseguranças das transformações da adolescência, como aparelhos, espinhas , cicatrizes de acnes e outras mudanças hormonais. Esse termo surgiu com essas novas dinâmicas da sociedade. Além disso, mais do que uma precaução contra o vírus que nos abala, isso revela que não é somente uma brincadeira de internet. Nossa prioridade é a proteção, mas se há algo que afeta os jovens em relação a aparência e a pressão para se encaixar em determinados padrões, também é de se pensar e refletir sobre o assunto.

O que significa então essa palavra?

“Maskfishing” é uma variação de “Catfishing”. Na internet, “Catfish” é alguém que finge ser o que não é enganando as pessoas em relação a sua real aparência. Os usuários do tik tok criaram a expressão “Maskfishing” para as pessoas que, durante o uso de máscaras na pandemia, aparentam ser diferentes do que realmente são, quando estão sem o item.

A trend explicada.

O termo surgiu numa trend como desafio do app. As pessoas se filmam com máscaras, que claro, cobrem a maior parte do rosto. Em seguida, tiram as máscaras e mostram sua aparência enquanto escrevem na tela “Am I maskfishing?/Am I a maskfisher?”, “eu estou pescando com máscara?/ Sou um pescador com máscara” ( tradução literal). Nos comentários, os usuários escrevem se as pessoas do vídeo são “Maskfishing” ou não. As pessoas podem parecer melhor ou pior do que o esperado.

Articuladores textuais – Atividade de redação

Objetivos: Desenvolver as habilidades de leitura e interpretação de texto, bem como treinar a redação de trechos com o emprego de conjunções adequadas para a expressão de determinadas ideias. 

Expressando determinadas ideias

IDEIA DECONJUNÇÕES
oposição, contrário, adversidademas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto
causa, motivoporque, pois, uma vez que, já que
finalidadepara que, a fim de que
conclusãoportanto, então, assim, por isso, logo

Coloque a conjunção apropriada nos retângulos e complete os períodos, sempre de acordo com a interpretação das tirinhas e as ideias que estejam sendo pedidas nos parênteses:

a) O Cebolinha se preocupa com o problema da poluição no mundo, ______________________________________________________________ . (oposição)

b) A mãe elogiou a atitude do filho _______________________________________________________________________________________________________ . (causa)

c) Ela precisou mostrar o quarto______________________________________________________________________________________________________ .(finalidade)

d) O menino conseguiu entender a incoerência de suas atitudes, _____________________________________________________________ .(conclusão)

e) O Cebolinha foi sincero no que disse, ___________________________________

______________________________________________________________ . (oposição)

f) Ao ouvirem o Cebolinha, as amigas levaram um susto enorme ________________________________________________________________ . (causa)

g) A mãe do Cebolinha precisou de muito “jogo de cintura” _____________________

_____________________________________________________________ .(finalidade)

h) A Dona Maricota sabe que as crianças, inocentemente, costumam falar a verdade,      __________________________________________________________________________________________________________ .(conclusão)


i) A data era do aniversário de casamento, ______________________________

______________________________________________________________ . (oposição)

j) Os homens nunca lembram as datas        ________________________________

__________________________________________________ .(causa)

k) Ela pôs noivinhos na mesa e colocou seu vestido de noiva 

_____________________________________________________________ .(finalidade)

l) De jeito nenhum o pai do Cebolinha conseguiu lembrar a data ,  

_____________________________________________________________ .(conclusão)

Atividade

Baseando-se na tirinha abaixo, agora, você deverá criar os períodos inteiros, desde que a segunda oração de cada um deles estabeleça a ideia indicada. Para tanto, utilize as conjunções corretas.

a)Ideia de oposição.

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________

b)Ideia de causa.

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________

c)Ideia de finalidade.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________

d) Ideia de conclusão.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________